Alta do Ibov, justiça trava tarifas de Trump, Azul têm dívida bilionária e mais
Resumo da semana (02.06), fique por dentro de tudo que aconteceu de mais importante na economia, política e mercado financeiro na última semana!
Principais manchetes para começar a semana atualizado(a)!
📈 Gringos voltam a investir no Brasil
🍽 Lula quer dar gás de cozinha de graça para 22 milhões de famílias
✋ Justiça trava tarifaço global de Trump
🏆 Índia ultrapassa Japão e se torna a 4ª maior economia do mundo
🛬 Azul (AZUL4) tem pedido de recuperação judicial aprovado
Gringos voltam a investir no Brasil
Enquanto muitos investidores locais ainda estão pisando no freio, os estrangeiros decidiram acelerar. 📈
🤔 O que está acontecendo?
A entrada de capital externo no Brasil disparou nos últimos dois meses. De olho nos juros altos e nos ativos mais baratos, o país parece ter voltado — ou, pelo menos, ganhado mais evidência — ao radar global.
Até o dia 22 de maio, o saldo de estrangeiros na B3 foi de R$ 10,1 bilhões, praticamente tudo o que já havia entrado desde janeiro. No acumulado do ano, já são R$ 21 bilhões.
Ibovespa, chegou a romper os 140 mil pontos, puxado pelo apetite gringo.
📊 Além da bolsa, o investimento estrangeiro direto também aumentou.
Em abril, o Brasil recebeu US$ 5,5 bilhões em aportes (+41% vs. abril 2024).
Descontadas as saídas, o montante ficou em US$ 4,3 bilhões (+58%).
📌O movimento também tem algum efeito de investidores globais estarem com pé atrás de apostar agora em outros países emergentes como China e Índia — por conta de tarifas, geopolítica e incertezas globais. Logo, parte do dinheiro destinado a “emergentes” respinga para cá.
Lula quer dar gás de cozinha de graça para 22 milhões de famílias
Em evento em Campo Verde (MT), Lula confirmou que o governo vai lançar uma nova versão do vale-gás. A medida, batizada de “Gás para Todos”, substituirá o atual Auxílio-Gás, que hoje repassa a cada dois meses o valor médio do botijão para cerca de 5,4 milhões de famílias, conforme a ANP.
🤔 Do que se trata?
Agora, o benefício será mensal e vai isentar totalmente o pagamento do botijão para cerca de 22 milhões de famílias inscritas no CadÚnico
“Estão dizendo que o botijão de gás custa R$ 120,00. Sabe a quanto sai o botijão de gás na Petrobras? A R$ 37,00. Não tem explicação. Tem alguém ganhando muito dinheiro”, disse o presidente.
📌 Fazendo uma estimativa rápida:
Considerando os R$ 108 por família pagos no Auxílio-Gás em abril, o custo deve aumentar de R$ 580 milhões a cada dois meses para R$ 4,75 bilhões a cada dois meses — R$ 2,37 bilhões por mês.
🤔 Mas, afinal, quem paga essa conta?
Ainda não está claro de onde virão os recursos. O Ministério de Minas e Energia defende o uso do Fundo Social do pré-sal, enquanto a equipe econômica quer bancar via Orçamento Federal.
IOF vira campo de batalha
O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi direto: O governo “não pode fazer gambiarras” para fechar as contas e precisa encarar o custo político de cortar benefícios e revisar gastos.
🤔 O que está acontecendo?
A declaração de Hugo ocorre em meio à pressão do Congresso para derrubar o decreto presidencial que elevou as alíquotas do IOF em operações como crédito, câmbio e investimentos com previsão de arrecadar R$ 20,5 bilhões.
Até agora já foram apresentados 22 projetos para barrar o decreto (20 na Câmara e 2 no Senado);
Se aprovado, será a primeira vez em 25 anos que um decreto presidencial será derrubado por voto parlamentar;
🚨 O governo terá 10 dias para avaliar propostas alternativas. Mas a palavra de ordem entre os parlamentares é clara: A conta não pode vir via imposto.
Eiii você!! O Drops está testando um novo formato de conteúdo!
Por isso, precisamos da sua opinião:
Justiça trava tarifaço global de Trump
🛑 Mandou parar. Parou. O “Dia da Libertação”, como Trump batizou seu tarifaço global, pode ter “vida curta”.
🤔 O motivo?
Um tribunal federal dos EUA suspendeu a cobrança de tarifas sobre produtos de mais de 180 países, acusando o governo de extrapolar sua autoridade.
A medida, anunciada em abril, impõe taxas entre 10% e 50% sobre importações — incluindo 30% sobre a China, 25% sobre México e Canadá, e 10% sobre o Brasil.
✍️ O argumento:
Segundo os juízes, a lei de 1977 usada por Trump “não autoriza tarifas ilimitadas” e o presidente não pode usar poderes emergenciais como justificativa para uma reestruturação permanente da política comercial dos EUA.
🔍 O que acontece agora?
Com a decisão, empresas que já pagaram tarifas poderão pedir reembolso.
A suspensão, no entanto, não anula tarifas antigas sobre aço, alumínio e automóveis, que seguem em vigor por outro instrumento legal.
🗣 A Casa Branca entrou com recurso minutos após a decisão e promete levar o caso à Suprema Corte, embora essa decisão já represente um forte freio à política econômica mais agressiva da gestão Trump.
Índia ultrapassa Japão e se torna a 4ª maior economia do mundo
A Índia alcançou um novo patamar na economia global: agora, o país é oficialmente a 4ª maior economia do mundo, ultrapassando o Japão.
🏆 O marco é mais do que simbólico. Há apenas 10 anos, a Índia ocupava o 10º lugar no ranking global.
Desde que Narendra Modi assumiu o governo, em 2014, o país mais do que dobrou de tamanho econômico, graças a reformas estruturais, avanços em infraestrutura e apostas em tecnologia e manufatura.
📈 Os números comprovam o desenvolvimento tão acelerado:
Crescimento real do PIB de 8,2% em 2023/24, contra uma média global de 3,3%;
Lucros com exportações de bens mais do que dobraram entre 2009 e 2023;
Participação nas exportações globais de serviços subiu de 2,9% para 4,3% em 10 anos;
País que mais cresce economicamente no mundo, com taxas superiores a 7% ao ano.
Mesmo com a manufatura ainda representando apenas 17,2% do PIB, há um esforço para aumentar sua relevância.
👉 O país também se beneficia do cenário global, com tarifas mais altas sobre concorrentes asiáticos, o que pode favorecer sua inserção nas cadeias produtivas — a exemplo da própria Apple planejando mudar sua produção da China para lá.
📌 Looking forward: Com uma população jovem, estabilidade política e ambição econômica, a Índia caminha para se tornar a 3ª maior economia mundial até 2030.
EUA e Japão estudam fundo bilionário para tecnologia e infraestrutura
O bilionário japonês Masayoshi Son, fundador do SoftBank, sugeriu a criação de um fundo soberano conjunto entre EUA e Japão, com foco em investimentos em tecnologia e infraestrutura — em uma iniciativa que pode chegar a US$ 300 bilhões.
A proposta foi discutida diretamente com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mas ainda não foi oficializada.
🤔 Do que se trata?
A ideia é que o fundo seja copropriedade do Tesouro americano e do Ministério das Finanças do Japão, com cada país detendo uma participação significativa.
Também existe a possibilidade de o fundo ser aberto a investidores parceiros e ao público geral — tanto nos EUA quanto no Japão. 💵
📌 Cenário atual:
A proposta surge em meio a negociações comerciais entre Washington e Tóquio, com ambos os lados tentando alinhar tarifas para um possível acordo até a reunião do G7, em junho.
💵 A ideia não vem do nada. Son já havia revelado um projeto paralelo de US$ 500 bilhões em data centers e AI nos EUA, envolvendo nomes como OpenAI e Oracle.
✍️ Com a rivalidade tecnológica entre EUA e China em alta, o fundo pode virar modelo de cooperação estratégica com aliados no setor de inovação.
Trump proíbe embaixadas de emitir vistos de estudantes
O sonho de se juntar a mais de 16 mil brasileiros para estudar nos EUA deve ficar somente no imaginário.
🤔 O motivo?
O governo Trump ordenou a suspensão temporária de novos agendamentos de vistos de estudante nos EUA.
✍️ A medida foi comunicada por um telegrama diplomático assinado pelo Secretário de Estado, Marco Rubio, com o pedido aos consulados priorizarem serviços a cidadãos americanos e vistos de imigração.
A iniciativa marca mais um capítulo da tensão entre a Casa Branca e universidades como Harvard e Columbia, alvos frequentes da gestão Trump, por suposta conivência com críticas a Israel e apoio a causas palestinas.
📑 Mas a coisa vai além dos vistos…
O governo prepara uma expansão da triagem de mídias sociais para todos os solicitantes, ou seja, uma análise do histórico de todos os candidatos de estudo e intercâmbio nas redes.
📊 A medida deve afetar centenas de milhares de estudantes. A cada ano, +1 milhão de universitários estrangeiros vão para o país, contribuindo com mais de US$ 40 bilhões para a economia do país.
Azul (AZUL4) tem pedido de recuperação judicial aprovado
É aprovado o pedido de recuperação judicial da Azul (AZUL4) nos Estados Unidos sob o Capítulo 11 da Lei de Falências. 📊
🤔 O que está acontecendo?
Não é de hoje que o céu está acinzentado para a Azul e, agora, no 1T25, a dívida da companhia alcançou R$ 31 bilhões, uma alta de expressivos 50,3% em relação ao ano anterior.
Diante a esse cenário, a companhia entrou com um pedido de RJ nos Estados Unidos, com a intenção de manter todos os seus ativos, para poder continuar com a operação, enquanto negocia um possível adiamento de suas dívidas e novos empréstimos.
✍️ Como vai funcionar?
Essa reestruturação já garante o acesso imediato a US$ 250 milhões de seu financiamento DIP (Debtor-in-Possession) de US$ 1,6 bilhão, aprovado preliminarmente pelo tribunal.
💵 Esse valor total, vai ser utilizado para comprar uma parte da dívida e para manter a operação rodando nesse período.
Além disso, a empresa fez uma negociação com credores para eliminar R$ 11 bilhões em dívidas.
✈️ A medida conta com o apoio dos seus principais stakeholders, incluindo a United Airlines e American Airlines, que podem investir adicionalmente até US$ 300 milhões.
🔻 Impacto muito negativo para Azul:
Apesar da reestruturação pré-acordada com stakeholders e do plano de redução de mais de US$ 2 bilhões em dívidas, o fato de a dívida ter atingido R$ 31 bilhões e a necessidade de recorrer ao Chapter 11 demonstra grave deterioração da situação financeira. Mesmo com o financiamento e novos aportes previstos, processos de recuperação judicial geram incerteza sobre a continuidade operacional e podem resultar em diluição significativa para acionistas atuais.
O Bradesco BBI rebaixou a recomendação da ação de compra para neutra, estabelecendo preço-alvo de R$ 1,30.