Trump taxa Brasil e mais 22 países, a ameaça do trigrinho e mais
Resumo da semana (14.07), fique por dentro de tudo que aconteceu de mais importante na economia, política e mercado financeiro na última semana!
Principais manchetes para começar a semana atualizado(a)!
💸 Trump taxa Brasil em 50%
📝 Tigrinho deixa 1 milhão de jovens fora da faculdade
😬 Moraes na mira da Justiça Americana
📖 O acampamento dos bilionários
📰 Small Caps tem performance surpreendente
E a saga das tarifas continua… e o hiperfoco da vez é o Brasil!
Trump taxa Brasil em 50% e envia carta com críticas a Lula
Se você não mora de baixo de uma pedra, provavelmente ficou sabendo da carta enviada por Trump para o presidente Lula anunciando que dia 1º de agosto vai impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras.
Na mensagem enviada a Lula, Trump justificou o tarifaço com dois argumentos:
📣 Motivos políticos:
Citando o tratamento dado a Bolsonaro e o que chamou de “censura” do STF às redes sociais.
💰 Motivos econômicos:
Alegando que a relação comercial com o Brasil é “injusta e desequilibrada”. A questão é que o argumento usado por Trump com relação à economia não procede.
Desde 2009, o Brasil acumula déficits comerciais com os EUA. No total, os americanos já venderam US$ 90 bi a mais ao Brasil desde então.
📌Trump também anunciou que instruiu o Escritório do Representante Comercial (USTR) a iniciar uma investigação contra o Brasil sob a Seção 301. Este mecanismo, permite ao governo americano investigar práticas comerciais estrangeiras consideradas injustas e impor retaliações.
📢 A resposta do Brasil
Como resposta, Lula reafirmou a soberania brasileira, além de dizer que responderá “à luz da Lei da Reciprocidade Econômica”, aprovada pelo Congresso. Caso isso venha a acontecer, os EUA já avisaram que vão adicionar o valor em questão em cima dos 50%.
📌 O governo brasileiro avalia que a medida tem motivação política, relacionada à aproximação do Brasil com o Brics.
A China saiu em defesa ao Brasil, por meio da sua porta-voz declararam que tarifas não deveriam ser utilizadas como "ferramenta de coerção, intimidação ou interferência".
🤔 Como isso afeta os seus investimentos?
Diante a esse cenário, os setores que mais sofrem são os que mais exportam para os Estados Unidos, ou seja, empresas de bens industrializados, commodities e insumos industriais. Além disso, o mercado imobiliário corporativo brasileiro também deve sofrer.
‼️O que você precisa olhar aqui é quanto a receita da empresa está atrelada ao mercado americano, e como funciona a operação da empresa. Afinal, a WEG, por exemplo, tem grande parte do faturamento proveniente dos EUA, mas dois terços das vendas nos EUA são atendidos por fábricas locais ou mexicanas. Logo, o impacto tende a ser marginal.
📈 Dólar:
Dispara fechando a semana acima de R$ 5,60;
📉 Setor da Saúde:
Pode ser muito impactado, caso o governo Lula adote medidas de retaliação às tarifas de 50% impostas por Trump. O relatório publicado pela UBS BB, afirma que cerca de 18% das importações de medicamentos e 15% dos dispositivos médicos vêm dos EUA, o que tornaria o setor particularmente vulnerável.
Com isso, empresas de Plano de Saúde, Redes Hospitalares, Farmacêuticas e Equipamentos de saúde, serão as mais prejudicadas.
📈 JBS pode se beneficiar das tarifas
Taxas podem elevar o preço médio do produto brasileiro nos EUA de US$ 5,60/kg para US$ 9,86/kg - um aumento de 76,07% e valor superior ao preço estimado da carne doméstica americana de US$ 8,58/kg.
Isso afeta negativamente as empresas brasileiras produtoras de carne, mas beneficia JBS por estar protegida devido a sua grande produção nos Estados Unidos.
Quem mais foi taxado n última semana:
Na última semana, 23 países receberam avisos de novas tarifas de 20% a 50% sobre bens específicos, que entram em vigor no dia 1º de agosto.
Canadá: 35% sobre importações.
México e União Europeia: 30%
Japão e Coreia do Sul: 25%
Brasil se aproxima da metade mais pobre do mundo em PIB per capita
O Brasil nunca esteve tão próximo da metade inferior do ranking global de PIB per capita, segundo as projeções mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI).
😬 E o cenário deve piorar…
Atualmente, o país aparece na 87ª colocação entre os países com projeções do FMI para o PIB per capita em paridade de poder de compra — índice que corrige a renda considerando o custo de vida local.
📊 O país está a apenas 9 posições da metade de países que têm os piores indicadores, distância que deve cair para 6 até 2030. No início dos anos 2000, essa diferença era de 21 posições.
Além de cair no ranking geral, o Brasil também tem desempenho inferior ao de seus pares.
Em 2024, o PIB per capita médio dos emergentes representa 78% do brasileiro, proporção que deve chegar a 82% até 2030. Em 1980, era de apenas 31%.
Enquanto isso, países como Coreia do Sul, Polônia, Turquia e China avançam.
O brasileiro, que produzia o mesmo que um sul-coreano em 1991, hoje produz menos da metade.
1 milhão de jovens brasileiros podem ficar fora da faculdade por conta de apostar online
Quase 1 milhão de jovens brasileiros podem ficar fora da faculdade este ano por um motivo que virou inusitado, mas que virou rotina: apostas online.
Uma pesquisa com mais de 11 mil pessoas, entre 18 e 35 anos, revelou que 1/3 adiou a graduação em 2025 por causa do dinheiro gasto em bets — índice que sobe para 44% no Nordeste e 41% no Sudeste.
📌 Só que o problema não para na porta da universidade.
14% dos estudantes matriculados já atrasaram mensalidades ou trancaram o curso por falta de dinheiro por causa das apostas.
📊 O tigrinho virou prioridade:
O levantamento aponta que jogos como Fortune Tiger se tornaram símbolo de um vício que impacta a vida real:
43% dos jovens das classes D e E dizem que só conseguiriam estudar se parassem de apostar;
45% já gastam mais de R$ 350 por mês com apostas — contra 31% em 2024;
28% deixaram de sair com amigos para jogar;
24% abandonaram a academia pelo mesmo motivo.
👤 O perfil mais comum é o de homens entre 26 e 35 anos, que trabalham, têm filhos… e apostam até 3x por semana.
Bolsa família vai incluir pessoas em situação de rua e insegurança alimentar
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) inclui mais três grupos no rol de famílias pré-habilitadas a ingressar no Programa Bolsa Família (PBF).
A inclusão — que se deve à vulnerabilidade social desses cidadãos — está prevista na Portaria 1.907, publicada no Diário Oficial da União da última quarta-feira (dia 9).
🤔 Quem entra?
Com a mudança, passam a ser incluídas:
Famílias com pessoa em situação de rua;
Famílias com pessoa identificada, pelo Ministério da Saúde, em situação de risco para insegurança alimentar;
Famílias com pessoa em situação de risco social associado à violação de direitos, identificada no Prontuário SUAS — ferramenta que auxilia no trabalho de profissionais dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras), dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e das Unidades de Acolhimento para Crianças e Adolescentes.
Essas categorias já serão incluídas na folha de pagamento de julho de 2025.
✍️ O objetivo:
Aumentar o nível de proteção social, de segurança de renda e de segurança alimentar em favor de famílias que se encontram em situação de alto risco social — explica o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias.
Segundo o MDS, essas categorias se somam as que já estão citadas Portaria 897, de julho de 2023, que incluiu famílias com:
Integrantes em situação de trabalho infantil; integrantes libertos de situação análoga à de trabalho escravo; famílias quilombolas e indígenas; famílias com catadores de material reciclável.
📌 Ainda de acordo com a pasta, para que os novos grupos ingressem no Bolsa Família serão observados os critérios de acesso ao programa, além da consistência e a da atualização dos dados cadastrais.
Moraes na mira da Justiça Americana
Juiz na mira de juiz. No início da semana passada, a justiça da Flórida emitiu uma nova intimação contra Alexandre de Moraes.
🤔 O motivo?
Decisões tomadas pelo ministro no Brasil que, segundo empresas americanas, violam a liberdade de expressão garantida pela Constituição dos EUA.
A ação foi movida pela Rumble, plataforma de vídeos conservadora, e pela Trump Media & Technology Group, de Donald Trump.
🗣 As empresas acusam Moraes de censura por bloquear perfis de direita, como o de Allan dos Santos.
Sem representante no Brasil, a Rumble foi suspensa por ordem do ministro — o que, segundo as companhias, fere a soberania dos EUA.
📣 Mais do que embate jurídico, o caso virou disputa política:
Parlamentares americanos ligados ao presidente Trump acusam o ministro de extrapolar seus poderes e atacar a liberdade de expressão nos EUA.
Como reação, o governo americano já anunciou medidas que restringem vistos de autoridades estrangeiras acusadas de censura contra cidadãos dos EUA.
A AGU diz acompanhar o caso, mas afirma que ainda não há ordem formal de notificação. Mesmo assim, o episódio já pressiona o STF e eleva o tom diplomático entre Brasil e EUA.
O acampamento dos bilionários acontece em um hotel de luxo no meio das montanhas
Idaho. É lá que acontece o Allen & Co. Sun Valley Conference, também conhecido como o acampamento dos bilionários, um retiro anual onde CEOs de tecnologia, mídia e finanças se reúnem para relaxar… e fechar acordos bilionários off the record.
👉 Criado em 1983, o evento acontece em um hotel de luxo no meio das montanhas e já foi palco de movimentos históricos, como a compra da ABC pela Disney e a fusão da Comcast com a NBCUniversal.
Apesar da estética “clube de golfe gourmet”, o Sun Valley antecipa tendências e mostra para onde os magnatas estão mirando.
✍️ Neste ano, os assuntos da vez serão:
AI, sucessão na Disney, cenário político dos EUA e até defesa nacional.
Mais de 160 jatos chegaram à cidadezinha de Sun Valley só na terça-feira, dobrando o fluxo do aeroporto, com presenças que vão desde Sam Altman a Ivanka Trump.
Mas o destaque vai para o reencontro entre Altman e Zuckerberg, a primeira conversa desde o climão provocado pela guerra de talentos entre OpenAI e Meta.
Pequenas empresas voltam a surfar na Bolsa brasileira
O primeiro semestre deste ano foi surpreendente para as chamadas small caps, empresas com menor valor de mercado.
Nos primeiros 6 meses do ano, elas apresentaram uma alta de 26,5% no Ibovespa, muito superior ao próprio avanço da B3, que foi de 17,4%.
A disparidade mostra como empresas menores, mais sensíveis ao apetite por risco, estão voltando ao radar dos investidores.
📈 O movimento é impulsionado pela:
Expectativa de queda na Selic, com sinais mais claros de alívio inflacionário e uma postura mais firme do Banco Central.
Com mais leveza, essas ações reagem rapidamente a mudanças de cenário. Para quem tem estômago para volatilidade, o momento pode representar oportunidades.
Mas, a recomendação é ir com calma: o cenário macro segue incerto e exige visão de longo prazo.