Moraes vs. Bolsonaro, 6 meses de Trump no poder e mais
Resumo da semana (28.07), fique por dentro de tudo que aconteceu de mais importante na economia, política e mercado financeiro na última semana!
Principais manchetes para começar a semana atualizado(a)!
🚔 O ultimato de Moraes a Bolsonaro
💰 Governo brasileiro bate recorde de arrecadação no 1° semestre
😬 Trump completa 6 meses no poder
📄 União Europeia e EUA chegam em um acordo sobre as tarifas
📈 Panorama Geral: IA impulsiona commodities
O ultimato de Moraes a Bolsonaro
Em 21 de julho de 2025, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, impôs restrições severas a Jair Bolsonaro, proibindo-o de se manifestar publicamente por qualquer meio – seja em suas redes sociais, em contas de terceiros ou em entrevistas à imprensa.
Moraes foi claro: qualquer tentativa de "burlar" essa ordem resultaria na “imediata revogação e decretação da prisão” do ex-presidente.
No entanto, poucas horas depois da decisão, Bolsonaro falou com a imprensa ao sair da Câmara dos Deputados. Exibindo a tornozeleira eletrônica que já usava, ele declarou:
“Não roubei cofres públicos, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso é o símbolo da máxima humilhação do nosso país.”
Diante do que foi considerado um descumprimento, Moraes deu um prazo de 24 horas, para a defesa de Bolsonaro prestar esclarecimentos. Se a explicação não fosse dada ou considerada insatisfatória, a prisão imediata poderia ser decretada.
📝 A resposta da defesa de Bolsonaro:
A defesa, manifestou-se a Moraes, entregando suas explicações, argumentando que não houve intenção de descumprir as ordens e afirmaram que o ex-presidente tem cumprido "rigorosamente as regras de recolhimento".
Sobre a repercussão de suas falas e imagens em redes sociais de terceiros, alegaram que Bolsonaro não tem controle sobre essas publicações, pois estariam “alheias à vontade ou ingerência” do ex-presidente.
Eles também pediram a Moraes que esclarecesse os "exatos termos" da proibição de uso de redes sociais, questionando a possibilidade de conceder entrevistas, já que o conteúdo pode ser retransmitido.
📌 Apesar das explicações, o ministro Alexandre de Moraes considerou que Bolsonaro descumpriu as restrições. Contudo, optou por não decretar a prisão preventiva naquele momento, classificando o episódio como uma "irregularidade isolada".
Moraes, no entanto, fez um alerta claro: um novo descumprimento resultaria na conversão das medidas cautelares em prisão imediata.
Governo brasileiro bate recorde de arrecadação no 1° semestre
O governo brasileiro fez a maior arrecadação federal de todos os tempos no primeiro semestre de 2025.
📊 Segundo a Receita Federal, a arrecadação federal somou R$ 1,4 trilhão de janeiro a junho de 2025, representando um crescimento real de 4,38% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Somente em junho, a arrecadação atingiu R$ 234,6 bilhões, uma alta real de 6,6% em relação a junho de 2024. Na comparação com maio de 2025, o crescimento foi de 1,7%.
🤔 Por que a arrecadação aumentou tanto?
Diversos fatores impulsionaram esse resultado recorde:
Avanço do IOF: o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) teve um desempenho notável, rendendo R$ 8 bilhões em junho, um aumento real de +38,8%.
Tributação específica: a cobrança de impostos sobre fundos exclusivos e ganhos de capital também contribuiu significativamente. Essa medida, aprovada no final de 2023, começou a gerar efeitos importantes na receita.
Bom desempenho de tributos chave: A arrecadação previdenciária, assim como os impostos sobre consumo e importações (como Cofins, PIS/Pasep e IPI), apresentaram resultados positivos.
✍️ O que vem pela frente?
Apesar do bom desempenho, o governo ainda persegue um objetivo ambicioso: zerar o déficit primário (quando as despesas superam as receitas, desconsiderando o pagamento de juros da dívida) até o final deste ano.
Atualmente, a previsão do governo é de um déficit de R$ 26 bilhões.
📝 Pela regra do novo arcabouço fiscal, há uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, o que equivale a aproximadamente R$ 31 bilhões. Isso significa que um pequeno déficit ainda seria aceitável dentro das novas regras fiscais do país.
A busca pelo equilíbrio das contas públicas continua sendo uma prioridade, e a alta arrecadação é um passo importante nessa direção.
Notícia relacionada:
O Banco Central divulgou na sexta-feira, 25, que a dívida externa brasileira alcançou US$ 364,272 bilhões em junho, representando um aumento em relação aos US$ 359,604 bilhões registrados em maio.
Trump completa 6 meses no poder em meio a instabilidade econômica
Donald Trump completou seis meses em seu segundo mandato na Casa Branca, e o período tem sido marcado por uma economia americana um tanto quanto incerta.
🤔 O que está acontecendo?
Desde que assumiu novamente, a economia dos EUA tem mostrado um panorama misto.
Atualmente, a inflação está em 2,7%, e a taxa de desemprego em 4,1%, enquanto o índice S&P 500 acumulou uma alta de 4,1%.
No entanto, sinais de desaceleração começam a aparecer:
O crescimento do PIB diminuiu, o consumo recuou e o setor de construção atingiu o menor nível desde 2020.
✍️ O que explica toda essa instabilidade?
Um dos pontos mais críticos da gestão tem sido a imposição de tarifas de importação. Trump chegou a instituir um "Dia da Libertação" para celebrar novas taxações, que impactaram 185 países.
As consequências dessas políticas foram rápidas:
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua projeção de crescimento global para 2025 de 3,3% para 2,8%, classificando as tarifas como uma "fonte de turbulência".
📌 Com a redução da previsibilidade no cenário econômico global e doméstico, empresas hesitam em investir, o que impacta o crescimento.
Além disso, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, enfrenta mais obstáculos para controlar a inflação. A situação se agrava com os frequentes ataques públicos de Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, o que adiciona mais incerteza sobre a independência da política monetária.
União Europeia e EUA chegam em um acordo sobre as tarifas
Após intensas negociações, a União Europeia (UE) e os Estados Unidos anunciaram ontem (27 de julho), um acordo comercial histórico.
🔎 Entenda o acordo:
Os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram o acordo após uma reunião na Escócia.
📌 O ponto central do entendimento é o estabelecimento de uma tarifa fixa de 15% sobre a maioria das exportações europeias para os Estados Unidos.
Esta taxa geral abrange diversos setores importantes, incluindo automotivo, semicondutores e produtos farmacêuticos.
Para o setor automotivo, especificamente, representa uma redução considerável da tarifa anterior, que era de 27,5%.
Além disso, o acordo prevê tarifas zero para uma lista de produtos estratégicos, como os dos setores aeroespacial, certos produtos químicos, agrícolas, recursos naturais e matérias-primas.
📌 Ursula ainda expressou a intenção de expandir essa lista de isenções no futuro.
Em contrapartida, a União Europeia se comprometeu a realizar investimentos substanciais na economia americana. Estão previstos US$ 600 bilhões em investimentos e a compra de US$ 750 bilhões em energia americana, incluindo petróleo bruto e combustíveis refinados.
Importante ressaltar que nem todas as tarifas foram eliminadas. Ainda se mantém a taxa de 50% sobre o aço e o alumínio globais imposta por Trump.
🤔 Por que esse acordo é importante?
Além de evitar as altas taxas ameaçadas por Trump, ele busca equilibrar a balança comercial entre os EUA e a UE, já que o presidente americano vinha criticando o déficit comercial de mercadorias americano com o bloco europeu.
✍️ O acordo entra em vigor no dia 1º de agosto, e os termos ainda precisam ser aprovados pelos 27 estados-membros da União Europeia, embora a expectativa seja de que a aprovação ocorra sem grandes obstáculos.
Analistas apontam que, embora a taxa de 15% ainda seja um custo para a Europa, ela é "sentida, mas controlável", especialmente se comparada às tarifas que poderiam ter sido impostas.
Impacto positivo para o Real frente ao Euro.
Como reflexo do acordo, nessa segunda (28), mercados europeus abriram em alta, e o euro está caindo frente ao Dólar. Como o EUR/BRL é influenciado pela força relativa do euro frente ao dólar, essa fraqueza do euro tende a se refletir também na relação com o real brasileiro, levando a uma desvalorização do euro frente ao real.
China anuncia megaprojeto de barragem para turbinar PIB e energia limpa
A China vai construir a maior barragem hidrelétrica do mundo no rio Yarlung Zangbo, no Tibete, um projeto bilionário que promete impulsionar a economia do país e reforçar sua liderança na transição energética global.
Sua capacidade de geração de eletricidade é tão grandiosa que superaria a produção total da Polônia e seria quase 3x maior do que a atual detentora do recorde, a Barragem das Três Gargantas.
🎯 Qual o objetivo?
Este megaprojeto, avaliado em US$ 167 bilhões, vai além de uma vitrine tecnológica e energética. A principal motivação é impulsionar a economia chinesa, que tem enfrentado desafios, especialmente a crise no setor imobiliário.
📈 A expectativa é que a construção da barragem adicione 0,1 ponto percentual ao PIB do país por ano nos próximos 10 anos, principalmente ao gerar uma enorme demanda por materiais como cimento e aço.
😬 Levantam-se preocupações ambientais e geopolíticas
Ambientalistas alertam para a destruição de ecossistemas sensíveis do planalto tibetano e o possível deslocamento de comunidades locais. Além disso, países vizinhos como Índia e Bangladesh manifestam temores de que a barragem possa afetar o fluxo do rio Brahmaputra, que nasce no Tibete e é vital para o abastecimento de milhões de pessoas que vivem rio abaixo.
✍️ O que vem pela frente?
Apesar das críticas e dos desafios inerentes a um projeto dessa escala, a construção da barragem reforça a ambição da China em liderar a transição global para fontes de energia limpa.
📊 Segundo projeções da Agência Internacional de Energia, a China deve ser responsável por quase 60% de toda a nova capacidade de energia limpa a ser instalada no mundo até 2030.
Bolsa Família tem menor número de beneficiários desde 2022
O programa Bolsa Família registrou uma redução significativa no número de beneficiários, atingindo o menor patamar desde julho de 2022. Entre junho e julho deste ano, 855 mil famílias deixaram o programa, fazendo com que o total caísse para 19,6 milhões.
🤔 Por que tantas famílias saíram?
Segundo o governo, a principal razão para essa diminuição foi a mudança na renda declarada pelos próprios beneficiários.
📌 Os principais grupos de famílias que saíram do programa são:
536 mil famílias que estavam na Regra de Proteção e atingiram o limite de 24 meses de permanência no programa.
385 mil famílias que ultrapassaram o teto de R$ 759 por pessoa e foram automaticamente excluídas.
Além disso, o governo utilizou cruzamentos de dados para identificar e desligar famílias que não se encaixavam mais nos critérios de elegibilidade. Embora o Bolsa Família tenha um fluxo constante de entradas e saídas, este foi o maior corte mensal já registrado desde a sua criação.
💰 Como isso reflete no orçamento?
A redução no número de beneficiários também impactou o orçamento do programa. Em 2025, o governo reservou R$ 158,6 bilhões para o Bolsa Família, um valor menor do que os R$ 168,2 bilhões destinados em 2024.
💸 Consequentemente, o gasto mensal também diminuiu, passando de R$ 15 bilhões em junho do ano passado para menos de R$ 14 bilhões atualmente.
🔍 O governo afirma que a revisão e fiscalização dos cadastros continuarão. Atualmente, 1,4 milhão de famílias estão sendo analisadas por possíveis irregularidades no cadastro, como domicílios com mais beneficiários do que moradores ou omissão de informações para se enquadrar nos critérios do programa.
Algumas manchetes que movimentaram a Bolsa brasileira
Usiminas (USIM5) reverte prejuízo e lucra R$ 128 milhões no 2T25
Governo zera imposto de autopeças importadas sem fabricação nacional
Agronegócio gera superávit de US$ 1,7 trilhão em 24 anos no Brasil
IA impulsiona gás natural e urânio, enquanto petróleo perde relevância no mercado de commodities
A ascensão da inteligência artificial (IA) está redefinindo o mercado de commodities, com o gás natural e o urânio se destacando como as estrelas da nova demanda energética. Essa mudança de cenário foi um dos temas centrais debatidos por gestores na Expert XP, um dos maiores eventos de investimentos do Brasil.
📌 Um panorama sobre as commodities:
Em painel realizado na Expert XP, Ruy Alves (Kinea) e Andrew Reider (WHG Asset) apontaram a inteligência artificial como o principal vetor para o mercado de commodities.
A grande necessidade de energia constante para alimentar os complexos sistemas de IA favorece o gás natural e o urânio, já que fontes intermitentes como eólica e solar não conseguem suprir essa demanda de forma ininterrupta.
🛢 O petróleo:
Por outro lado, o petróleo enfrenta uma tendência de baixa. Devido ao:
Aumento da oferta global, menor demanda da China impulsionada pela transição para carros elétricos, e uma redução no prêmio de risco geopolítico no Oriente Médio.
⛏️ Cobre:
Apresenta perspectivas positivas devido à sua crescente relevância na indústria moderna, especialmente em tecnologias e eletrônicos.
💰 Ouro:
Também tende a se valorizar continuamente, beneficiado pelo aumento nas compras de reservas por bancos centrais ao redor do mundo.
🌱 Commodities agrícolas:
A perspectiva é de queda nos preços, principalmente devido à produção robusta no Brasil e nos EUA. Apesar dos preços menores, o volume expressivo das vendas brasileiras pode ajudar a compensar essa desvalorização.
Totvs compra Linx por US$ 3 bi e reforça aposta no varejo
A Totvs, gigante brasileira de software de gestão, anunciou um de seus movimentos mais estratégicos dos últimos anos, a compra da Linx por R$ 3 bilhões, marcando a entrada definitiva da Totvs no setor de varejo.
Curiosamente, essa não é a primeira vez que as empresas se cruzam. Em 2020, a Totvs já havia tentado comprar a Linx, mas foi superada pela Stone, que na época desembolsou R$ 6,7 bilhões. Agora, conseguem fechar o negócio por um valor mais baixo e em um momento diferente do mercado.
🤔 Por que a aquisição é importante?
Com a Linx, a Totvs passa a ter mais de 70 mil pontos de venda e detém 45% do mercado de software de gestão para varejo no Brasil.
A aquisição deve otimizar os custos e processos da operação e reforçar o portfólio de soluções para o varejo físico e digital.
📊 Lembrando que a Totvs já é líder nacional em softwares de gestão empresarial, com mais de 40 mil clientes em áreas diversas como agronegócio, saúde e finanças. Agora, a empresa solidifica sua posição no varejo e também passa a mirar em um território dominado por gigantes globais como SAP e Oracle.
A operação, ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
B3 (B3SA3) amplia horário para 12 horas com futuros de Bitcoin em outubro
A B3 (B3SA3) anunciou nesta sexta-feira (25) que ampliará seu horário de funcionamento a partir de outubro, estendendo as negociações de contratos futuros de Bitcoin das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira.
✅ Notícia positiva para a B3 (B3SA3):
Esta iniciativa demonstra a adaptação da B3 às demandas do mercado de criptoativos, atraindo mais investidores e aumentando a competitividade da bolsa brasileira no cenário global.