Ações da Gol disparam 400%, França vai investir R$ 100 bi no Brasil, China e EUA chegando em um acordo e mais
Resumo da semana (16.06), fique por dentro de tudo que aconteceu de mais importante na economia, política e mercado financeiro na última semana!
Principais manchetes para começar a semana atualizado(a)!
🙏Enquanto os EUA brigam, o Brasil vende
💸 França vai investir R$ 100 bi no Brasil
🤝 EUA e China estão a um ‘‘sim’’ de um acordo
📈 Gol anuncia saída da Recuperação Judicial, ações disparam
📬 Troca de CEOs está cada vez maior
Enquanto os EUA brigam, o Brasil vende
Em meio às tensões comerciais entre EUA e China, as exportações chinesas para os EUA continuam caindo — e a economia brasileira agradece.
Mesmo com os embarques da China crescendo 4,8% em maio/2025 vs. maio/2024, os envios para os EUA despencaram mais de 35% no mesmo período, ficando em US$ 28,8 bilhões.
Na mesma linha, as importações chinesas de produtos americanos caíram mais de 7%, para US$ 10,8 bilhões.
🤔 Onde o Brasil entra nisso?
Com a diminuição das transações entre EUA e China, o Brasil tem se aproveitado desse vácuo para faturar ainda mais com o país asiático.
📊 No último mês, a China bateu recorde de importação de soja brasileira, comprando cerca de 14 milhões de toneladas — mais que dobrando o volume de abril.
Em 2024, quase 70% da soja importada pela China veio do Brasil.
Se as tratativas diplomáticas entre Washington e Pequim não forem para frente, esse número pode aumentar ainda mais. O agro e o PIB brasileiro agradecem. 🙏
França promete R$ 100 bi no Brasil — mas evita fechar acordo
Durante o Fórum Econômico Brasil-França, Lula anunciou que 15 empresas francesas prometeram investir R$ 100 bilhões no Brasil até 2030.
O pacote inclui gigantes dos setores de energia, transporte, logística e alimentos — e foi recebido como um sinal de confiança internacional na economia brasileira.
✍️ Entre os destaques, estão:
CMA CGM: R$ 13,5 bilhões em transporte marítimo;
ENGIE: R$ 8,5 bilhões em energia renovável e transmissão;
TOTAL Energies: R$ 6 bilhões no setor energético;
Vinci Highways: R$ 12 bilhões em concessões rodoviárias.
💵 O anúncio ocorre enquanto a França se consolida como o 3º maior investidor direto no Brasil, com US$ 66,3 bilhões em estoque — atrás apenas dos EUA e Holanda.
Apesar do entusiasmo, Lula não conseguiu convencer Emmanuel Macron a apoiar o acordo Mercosul-UE, travado há anos por pressão de agricultores europeus.
Mesmo assim, o presidente brasileiro fez a seguinte promessa: “O acordo será assinado antes de 6 de dezembro, quando acaba a presidência interina do Brasil no Mercosul.”
📌 O pacote bilionário anima o Planalto e reforça o apelo de Lula por investimentos verdes. Mas a ausência de um avanço no acordo comercial mostra que, apesar da simpatia política, a França ainda pisa no freio quando o assunto é abrir seu mercado ao agro brasileiro.
Haddad ‘‘solta a carta’’ para substituir aumento do IOF
Após fortes reações do mercado, do Congresso e até da opinião pública, o governo decidiu recuar no aumento do IOF e apresentou um pacote de medidas para compensar essa arrecadação.
🤔 Como fica?
Nesse Ctrl+Z parcial, o governo vai reduzir parcialmente a nova alíquota sobre operações de risco sacado, sobre operações de crédito para empresas e sobre previdência privada. Ainda, vai isentar o retorno de investimentos estrangeiros diretos.
Com isso, a estimativa de arrecadação sai dos R$ 20 bi para cerca de R$ 6 a 7 bi.
👉 A grande pergunta então virou: “de onde virá essa diferença?”.
A ideia do governo é taxar em 5% LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas que, hoje, são isentas.
Juntos, esses papéis somavam quase R$ 1 trilhão em investimentos no 1º tri deste ano.
😬 E o impacto, pode chegar ao setor agrícola, que financiam suas operações majoritariamente através de LCA. A bancada do agro em Brasília já aponta possível reflexo no preço dos alimentos, inclusive.
✍️ O governo ainda planeja outras frentes:
Aumentar a alíquota das bets, de 12% para 18% sobre o lucro bruto das casas;
Aumentar Imposto de Renda sobre a distribuição de Juros sobre Capital Próprio de 15% para 20%;
Aumentar imposto (CSLL) mínimo sobre fintechs de 9% para 15%;
Corte de 10% em benefícios fiscais fora da Constituição.
A ideia é que o novo modelo mantenha o equilíbrio fiscal sem ampliar ainda mais o desgaste com o mercado.
BC prepara novo modelo de financiamento habitacional com captação de mercado
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, anunciou que o BC está desenvolvendo um novo modelo de financiamento habitacional baseado em captações de mercado para substituir a dependência da caderneta de poupança.
🤔 Por que mudar?
O estoque da poupança está em queda estrutural, pressionado por juros altos e maior atratividade de outras aplicações financeiras.
Isso compromete a capacidade dos bancos de conceder crédito habitacional, uma vez que a poupança financia grande parte das operações do setor. O atual modelo, portanto, se tornou arriscado e limitado diante da nova dinâmica do mercado.
🎯 Objetivo da proposta:
Essa proposta vem para garantir a sustentabilidade de longo prazo do crédito habitacional no país, ampliando a participação desse mercado no PIB.
A ideia é diversificar as fontes de financiamento por meio de mecanismos de mercado, como letras imobiliárias, securitizações e fundos, reduzindo a vulnerabilidade e assegurando maior previsibilidade para famílias e construtoras.
EUA e China estão a um ‘‘sim’’ de um acordo
Após 2 dias de negociações em Londres entre integrantes do governo americano e chinês, Trump anunciou um novo acordo comercial com a China.
✍️ O pacote prevê:
De um lado, que Pequim forneça antecipadamente ímãs e minerais de terras raras aos EUA — uma prioridade estratégica para Washington;
Do outro, que os estudantes chineses possam continuar com acesso a universidades americanas.
📊 A relevância:
A China domina a cadeia global de minerais críticos, produzindo 60% e processando 90% das terras raras — essenciais para setores de tecnologia, energia limpa e defesa.
Enquanto isso, há quase 300 mil universitários chineses nos EUA.
😬 Só tem um pequeno (grande) detalhe… Todo esse anúncio foi feito apenas por Trump, sem qualquer “sim” oficial vindo de Xi Jinping.
📝 Os detalhes do acordo seguem nebulosos. É quase como aquele seu amigo que conta pra todo mundo que foi promovido antes do RH formalizar.
Pode dar certo? Pode… Mas e se não rolar? risos.
Até porque, mais do que isso, Trump garante que os EUA vão manter tarifas que somam 55% sobre produtos chineses, enquanto a China aplicará apenas 10% sobre produtos americanos.
📌 Zoom out: Enquanto essa guerra comercial não chega ao fim de vez, a economia do mundo inteiro é impactada. Nesta semana, o Banco Mundial previu a década com crescimento econômico mais lento desde os anos 60.
Gol anuncia saída da Recuperação Judicial nos EUA e Mudança de Tickers
A Gol concluiu o processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11), iniciado há um ano e meio.
A empresa levantou US$ 1,9 bilhão em financiamento de saída e possui agora liquidez de US$ 900 milhões, com alavancagem reduzida para 5,4 vezes.
Como parte da reestruturação, a companhia realizará aumento de capital de R$ 12 bilhões através da capitalização de créditos, emitindo 8,1 trilhões de ações ordinárias e 968,8 bilhões de preferenciais.
Os tickers mudarão de GOLL3 para GOLL53 e GOLL4 para GOLL54, com novo fator de cotação e lote padrão devido à diluição acionária.
O preço de emissão foi definido em R$ 0,00029 por ação ordinária e R$ 0,01 por ação preferencial.
📈 Essa notícia impacta de forma positiva a Gol! No primeiro dia de mudança (Quinta-feira, 12 de junho), as ações GOLL54 entraram em leilão com uma disparada de 406,43%, a R$ 52,01. O leilão suspendeu as negociações da ação pelo restante do pregão.
🟩 A conclusão da recuperação judicial nos EUA é positiva, pois representa o fim de um período de incerteza financeira e permite que a empresa se concentre na execução de seu plano estratégico de cinco anos.
Casas Bahia (BHIA3) converte dívidas em ações
A Casas Bahia (BHIA3) concluiu negociação com credores para converter parte das dívidas em ações, reduzindo a alavancagem de R$ 5,8 bilhões para R$ 4,2 bilhões.
O acordo inclui reestruturação de debêntures com pagamentos postergados para 2027 e isenção temporária de cash sweep, permitindo manter R$ 500 milhões em liquidez.
📊 As ações acumulam alta de 47% no ano, mas recuam 36% em 12 meses.
🟩 Analistas veem o movimento como positivo para reduzir risco de insolvência, mas alertam para potencial pressão vendedora nos próximos 16 meses devido à conversão das debêntures.
🟩 A conclusão da negociação com credores para converter parte das dívidas em ações é altamente positiva, pois reduz significativamente a alavancagem financeira da empresa.
Esses movimentos reduzem o risco de insolvência no curto prazo e dão mais liberdade para executar o plano de reestruturação, contribuindo para a recuperação da rentabilidade e geração de caixa.
Troca de CEOs está cada vez maior
Não pense que é só no futebol. A “janela de transferências” dos CEOs nas maiores empresas da bolsa brasileira também está em alta — e acelerando.
De 2023 pra cá, 37% das empresas do Ibovespa trocaram de comando. Foram 30 trocas, um aumento de 42% em relação ao biênio anterior.
✍️ A explicação vai além da impaciência dos conselhos:
Ciclos estratégicos estão mais curtos, o cenário econômico é instável, e a pressão por resultado disparou — ainda mais em setores como varejo, energia e tecnologia.
Até por isso, a troca de líderes virou tendência global.
Em 2024, o mundo bateu recorde, com 202 substituições de CEOs de empresas que fazem parte dos três maiores índices de ações do mundo.
🇧🇷 Mas o Brasil foi além:
20% das companhias do Ibovespa trocaram de chefia neste ano, contra 12% das listadas no S&P 500.
A Petrobras é o caso mais emblemático por aqui: 6 trocas desde 2021, puxadas por mudanças políticas.
Sabesp, Eletrobras e Banco do Brasil também trocaram de líder após eleições ou privatizações.