A Oi faliu ou não faliu? Primeira semana de COP30, EUA vs Venezuela e mais
Resumo da semana (17 de novembro), fique por dentro de tudo que aconteceu de mais importante na economia, política e mercado financeiro na última semana!
Principais manchetes para começar a semana atualizado(a)!
🌱 Um resumão da primeira semana da COP 30
📉 E a Oi, faliu ou não faliu?
😬 Escalada na tensão entre EUA e Venezuela
📝 Novas regras do mercado cripto
📲 O novo sucessor da Apple
Um resumão da primeira semana da COP 30
Menos promessas e mais execução!!
Hoje, entramos na segunda semana da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém, e o clima geral é progresso, porém um progresso tímido.
📑 Balanço Geral:
Na semana, foram encaminhados relatórios e textos sobre transição energética, adaptação climática, governança e temas administrativos, que obtiveram apoio amplo entre as delegações.
Isso permitiu que a conferência evitasse bloqueios logo na largada, com isso sobra tempo para quem durante essa semana, as verdadeiras decisões sejam tomadas.
O foco da conferência tem recaído muito em torno de ações que visam a adaptação às mudanças climáticas. Uma consequência direta dos eventos climáticos extremos que têm ocorrido com frequência e intensidade cada vez maiores.
📊 A “vaquinha global” contra a crise climática
No centro da conferência está o chamado Roteiro Baku–Belém que se trata, em termos simples, de um plano articulado pelas presidências da COP29 (Azerbaijão) e da COP30 (Brasil), para a arrecadação de US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035.
Ele não é um tratado nem um fundo único, mas um documento que elenca uma série de ações e medidas que podem ser tomadas nos próximos 10 anos por todos os atores da sociedade (bancos, governos, instituições privadas, …) para escalonar o financiamento climático.
📌 O roteiro engloba 5 principais frentes de atuação:
Reforço de doações e financiamentos concessionais;
Reequilíbrio do espaço fiscal e das dívidas;
Redirecionamento de capital privado;
Reformulação de capacidades e coordenação;
Reestruturação do sistema financeiro.
Além disso, cruza essas frentes de ação com prioridades temáticas, incluindo:
Adaptação e perdas e danos, acesso e transições para energia limpa, natureza, agricultura e sistemas alimentares, transições justas, entre outros.
Além disso, o documento apresenta 15 medidas práticas de curto prazo, que podem já começar a ser implementadas e funcionariam como um trampolim para as demais ações ao longo da década.
🔍 O roteiro foi comemorado, mas existem as suas ressalvas.
Segundo algumas autoridades, ainda falta a clareza sobre o que realmente conta como financiamento climático e, sobretudo, a diferença entre promessas e entregas. Afinal, os países desenvolvidos continuam reportando intenções de mobilizar recursos, mas o que falta é vermos esses valores sendo efetivamente desembolsados.
E a Oi, faliu ou não faliu?
Na segunda-feira, a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro decretou a falência do grupo Oi. Quatro dias depois, o Tribunal de Justiça voltou atrás e suspendeu a decisão, recolocando a companhia em recuperação judicial.
🤔 O que está acontecendo?
Os problemas financeiros da Oi não são de hoje…
A primeira recuperação judicial da empresa começou em 2016, para tentar equacionar cerca de R$ 65 bilhões em dívidas.
Esse processo foi concluído no fim de 2022, mas a situação não ficou resolvida: a Oi ainda carregava uma dívida em torno de R$ 44,3 bilhões e, poucos meses depois, no início de 2023, entrou com um segundo pedido de recuperação judicial.
O novo plano de reestruturação foi aprovado em abril do ano passado. Mesmo assim, em outubro deste ano, o valor devido a fornecedores fora do processo de recuperação já chegava a R$ 1,7 bilhão — meio bilhão a mais que em junho.
📉 A declaração de falência
Diante desse quadro, o administrador judicial, Bruno Rezende, pediu o reconhecimento da insolvência na sexta-feira (7). Na segunda-feira seguinte, a 7ª Vara Empresarial do TJ-RJ converteu a recuperação judicial em falência do Grupo Oi.
📌 Por que voltaram atrás?
A suspensão da falência atendeu a recursos dos bancos Itaú Unibanco e Bradesco, credores relevantes da empresa. Eles argumentaram que:
A Oi não conseguiu cumprir o plano de recuperação principalmente porque não vendeu ativos importantes previstos no próprio plano; decretar a falência agora traria “prejuízos potencialmente mais graves não apenas aos credores, mas ao interesse público”, já que a companhia ainda presta serviços essenciais.
Há também um ponto financeiro importante:
Na recuperação judicial, os bancos ficam em posição bem melhor para negociar e receber. Na falência, eles passam a para o fim da fila, antes deles vêm os honorários da administração judicial, dívidas trabalhistas, fiscais e outros créditos preferenciais, o que tende a consumir quase todo o valor disponível.
🔁 O que muda com a suspensão
Com a decisão de segunda instância, a Oi volta ao regime de recuperação judicial, com foco em uma venda mais organizada e planejada de ativos. Com a suspensão da ordem, as ações voltaram a ser negociadas na B3, mas com forte volatilidade.
Escalada na tensão entre EUA e Venezuela
E a tensão entre Estados Unidos e Venezuela só aumenta…
Nesta semana, o maior porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos, o USS Gerald R. Ford, chegou à área do Mar do Caribe. E na quinta-feira (13/11), foi dada um nome oficial à missão em andamento: Operação Lança do Sul (Southern Spear).
🤔 O que está acontecendo?
A relação conturbada entre os países não é de hoje, mas vem escalando nas últimas semanas.
Em fevereiro de 2025, os EUA designaram a gangue venezuelana Tren de Aragua como organização terrorista global; depois, em julho, o Tesouro sancionou o Cartel de los Soles, dizendo que é um cartel chefiado por Maduro e que dá suporte ao Tren de Aragua e ao cartel de Sinaloa.
Isso levou o discurso oficial americano a tratar o regime não só como autoritário, mas como ligado a “narcoterrorismo”, o que abre espaço jurídico para ações muito mais agressivas.
Desde o fim de agosto, os EUA vem mobilizando um alto contingente militar em torno da Venezuela, realizando pelo menos 21 ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas, que levaram pelo menos 83 pessoas a óbito.
Com o anúncio da operação Lança do Sul, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou na rede social “X”, que o objetivo da ação é “remover narcoterroristas de nosso hemisfério” e “proteger nossa terra das drogas que estão matando nosso povo”.
Porém, o regime de Caracas, assim como outros na região, enxerga uma provocação e ameaça direta à soberania nacional da Venezuela.
O temor é que os EUA possam usar meios militares para derrubar o regime chavista liderado por Nicolás Maduro, que está no poder há mais de duas décadas e que vem governando de forma cada vez mais autoritária e antidemocrática.
📌 O que a Venezuela está fazendo em resposta?
Diante a situação, Maduro vem intensificando sua retórica contra o que chama de imperialismo dos EUA e tenta mobilizar a população para defender a Venezuela contra uma possível invasão.
Em meados de setembro, ele lançou um programa para mobilizar civis. Nesta semana, as forças armadas venezuelanas realizaram um grande exercício militar, envolvendo cerca de 200 mil pessoas. Maduro também anunciou que convocaria 4,5 milhões de membros da milícia do país.
📣 Trump diz querer conversar…
Neste domingo (16), Trump disse que seu governo pode estar aberto a negociações com Nicolás Maduro. Mas, não ofereceu mais detalhes sobre essa possível conversa, embora tenha sugerido que manteria a pressão sobre o regime de Maduro.
Novas regras do mercado cripto
O Banco Central do Brasil (BC) anunciou na última segunda-feira (10) novas regras para a autorização e a oferta de serviços relacionados a ativos virtuais, como criptomoedas.
A mudança visa proteger os clientes e garantir a transparência nas relações comerciais, além de prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.
🤔 Quais são as novas regras?
Agora as informações relativas a operações com criptoativos serão prestadas pela DeCripto (Declaração de Criptoativos), em substituição ao modelo atual.
A principal mudança é que as operações com ativos virtuais passam a ser submetidas ao marco regulatório do Banco Central.
Com isso, empresas que atuam com criptoativos passam a seguir regras de supervisão, governança e compliance semelhantes às aplicadas às instituições financeiras tradicionais.
Entre as novidades está a criação das SPSAVs, nova categoria que enquadra as empresas que operam no mercado de criptoativos em 3 categorias:
Intermediários, custodiantes ou corretoras.
Isso permite que impor normas mais rígidas de proteção de dados e ativos digitais, além de responsabilizar integralmente essas companhias por falhas ou perdas causadas por negligência.
💸 Mercado de câmbio e capitais internacionais
A grande virada está nas operações com stablecoins e uso de cripto para pagamentos internacionais: boa parte delas passa a ser tratada como operação de câmbio, sujeita às regras de câmbio e capitais internacionais, com obrigação de registro e envio de informações ao BC, inclusive para compra e venda de ativos virtuais referenciados em moeda fiduciária.
📌 Outras mudanças:
Será exigido um capital mínimo que varia de R$ 10,8 milhões a R$ 37,2 milhões para que SPSAVs possam operar com as novas regras.
O BC agora obriga a separar os ativos dos clientes do patrimônio próprio da empresa.
Além do combate ao crime crime organizado, toda essa infraestrutura vai trazer mais segurança para quem investe em cripto no Brasil porque essas empresas passam a estar sob autorização do Banco Central.
📌 As novas regras passam a valer a partir de julho de 2026, com o modelo atual permanecendo até esta data. Quem não se adequar terá que encerrar a sua operação e os clientes deverão transferir os seus ativos para prestadoras de serviços autorizadas no prazo de 30 dias.
Depois de 14 anos, vem aí o novo sucessor da Apple
Depois de 14 anos liderando a gigante Apple, Tim Cook deixará a sua cadeira de CEO no próximo ano, mas ainda não se sabe quem será o seu sucessor.
Segundo o jornal The Financial Times, o conselho administrativo e os executivos sênior da empresa “intensificaram os preparativos“ para a troca de gestão.
Tim Cook
Cook assumiu a liderança da empresa em 2011, pouco antes da morte de Steve Jobs. E sob o seu comando levou a Apple de 350 bilhões de dólares em valor de mercado para aproximadamente 4 trilhões de dólares, um salto e tanto.
No último mês, as ações voltaram a se aproximar de recordes após resultados fortes, embora o desempenho no ano, perto de 12%, ainda esteja abaixo de concorrentes como Alphabet, Nvidia e Microsoft, impulsionados pelo avanço da inteligência artificial.
🤔 Quem será o novo CEO da Apple?
Segundo o The Financial Times, o aviso da saída de Cook pode acontecer ainda no fim deste ano, mas a transição será feita de forma gradual. Para garantir uma transição mais suave, a nomeação do novo ocupante do cargo deve ficar para janeiro do ano que vem, durante o próximo relatório fiscal trimestral da companhia.
O mais cotado do momento é John Ternus, atual vice-presidente sênior de Engenharia de Hardware na Apple. Ele é funcionário da empresa desde 2001 e está nessa função há 12 anos, supervisionando a construção de aparelhos das principais linhas da companhia.
Caso seja confirmado, Ternus recolocaria um executivo da área de hardware no topo da estrutura da empresa em um momento em que a Apple enfrenta desafios para abrir novas frentes de produtos e acompanhar a concorrência em inteligência artificial.





