A condenação de Bolsonaro, manifestações no Nepal, Charlie Kirk e mais
Resumo da semana (15 de setembro), fique por dentro de tudo que aconteceu de mais importante na economia, política e mercado financeiro na última semana!
Principais manchetes para começar a semana atualizado(a)!
📝 A condenação de Bolsonaro e o que vem a seguir
📌 O assassinato de Charlie Kirk
⚔️ O que está acontecendo no Nepal?
📊 Mercados punem derrota de Milei
💸 Prejuízo bilionário nos Correios
A condenação de Bolsonaro e o que vem a seguir?
4x1. Foi com esse placar que a primeira turma do STF decidiu por condenar Jair Bolsonaro e outros 7 aliados pelo crime de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
🔍 Highlights das votações
Quem deu o start nas votações foi Alexandre de Moraes, relator do caso, que discursou por 5 horas e trouxe consigo 13 atos (entre junho de 2021 e 8 de janeiro de 2023) que, em sua visão, demonstram a interligação de uma organização criminosa, sendo alguns deles:
As minutas de decretos golpistas, que incluíam prisão de ministros e intervenção no TSE, as quais mostram que a tentativa de golpe não se limitou a simples discussões ou "conversa de bar", como alegaram as defesas.
Os atos violentos, como a bomba em um caminhão em dezembro de 2022 e a invasão de 8/1;
O discurso de Bolsonaro em 7 de setembro de 2021, quando o então presidente disse que só deixaria o cargo “morto, preso ou com a vitória” e destacando: "Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso."
Moraes considerou Bolsonaro o “líder da organização criminosa”, defendendo a condenação pelos cinco crimes apontados pela PGR e também a condenação dos demais réus.
“Nós estamos esquecendo aos poucos que o Brasil quase voltou a uma ditadura que durou 20 anos porque um grupo político não sabe perder eleições”.
🔍 Em seguida, Flávio Dino
Assim como Moraes, Dino votou a favor da condenação, e defendeu penas mais duras para Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto, e mais brandas para os demais réus, indicando que a condenação deveria refletir a gravidade dos atos.
Também reiterou que a Constituição não permite "anistia" a condenados por crimes contra a democracia. A declaração é um recado direto ao Congresso, que discuta uma proposta de anistia a investigados e condenados pelos atos de 8 de janeiro.
🔍 Luiz Fux
11 horas e meia, essa foi o tempo de duração do discurso de Luiz Fux, único a votar contra a condenação.
O ponto central da divergência de Fux foi a alegação de que a Primeira Turma do STF não tinha competência para julgar o caso.
Isso porque, a Constituição Federal estabelece que o STF é competente para julgar autoridades com foro especial por prerrogativa de função (como presidentes e ministros de Estado), por crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados a ele.
Para Fux, como Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto e Anderson Torres já não ocupavam os cargos públicos que lhes garantiam foro privilegiado quando foram acusados, o processo deveria ser remetido à primeira instância da Justiça comum, e não permanecer no STF.
👉 Por outro lado, os demais juízes entendem que os crimes cometidos pelos réus, mesmo sem foro, estavam intrinsecamente ligados aos atos de autoridades que, em determinado momento, tinham foro privilegiado, como o próprio Jair Bolsonaro.
Além disso, recentemente, o STF firmou o entendimento de que a competência deve ser mantida mesmo após a perda do cargo, para evitar a "oscilação" do processo e a consequente morosidade.
Outros pontos levantados por Fux:
Insuficiência de provas: alegando que a PGR não conseguiu comprovar, de forma inequívoca, a participação de Bolsonaro e dos militares em atos, ajustes, instigações ou auxílios materiais para a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Atuação dentro da lei: indicou que, em alguns casos, as ações dos militares poderiam ser interpretadas como atuações dentro das normas disciplinares e legais das Forças Armadas, sem a intenção de subverter a ordem constitucional.
Apesar de absolver Bolsonaro e os demais réus, Fux defendeu condenar o general Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, delator da trama golpista, pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado de Direito.
O voto de Fux, apesar de minoritário, pode ser usado pela defesa de Bolsonaro em futuros recursos para anular ou questionar a condenação. A tese de incompetência do STF é um dos caminhos que a defesa pode seguir.
🔍 Carmem Lúcia
A juíza, foi quem formou maioria, levando o placar a 3x1. Em seu discurso, alegou que as provas reunidas na investigação comprovam a "materialidade" de que houve violência e grave ameaça às instituições do país.
Além disso, negou a incompetência do STF para julgar o caso e a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
🔍 Cristiano Zanin
Com um voto mais sucinto, quem encerrou o placar de 4x1 foi Zanin, votando a favor da condenação.
Durante o seu discurso, afirmou:
“A estabilidade da organização, e o próprio direcionamento das ações antes e depois das eleições de 2022, revela a continuidade do projeto em torno do escopo maior da organização, que era a manutenção de grupo específico no poder, independentemente da vontade popular”
✍️ Pena final
Com isso, a Primeira Turma do STF formou maioria para condenar Jair Bolsonaro ao reconhecê-lo como líder da organização criminosa que tentou se manter no poder e impedir a posse de Lula em 2023.
📌 Condenações:
Bolsonaro: 27 anos e 3 meses de prisão, sendo 24 anos e 9 meses em regime fechado e 2 anos e 6 meses em regime semiaberto. Além disso, está impedido de concorrer a qualquer cargo público até o ano 2060.
Walter Braga Netto: 26 anos de prisão (sendo 24 anos de reclusão e 2 meses de detenção).
Almir Garnier Santos (almirante): 24 anos.
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça): 24 anos.
Augusto Heleno (general da reserva): 21 anos.
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (general da reserva): 19 anos.
Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin): 16 anos, além da perda do mandato de deputado federal e do cargo de delegado da Polícia Federal.
Mauro Cid (tenente-coronel): Até 2 anos de prisão em regime aberto, devido ao acordo de colaboração premiada.
Além da sentença, o STF impôs ainda o pagamento de R$ 30 milhões em indenização a Jair e outros réus pelos danos do 8/1.
📌 O que vem pela frente?
A defesa de Bolsonaro e dos demais condenados já anunciou que irá recorrer da decisão. Embora o recurso ao Plenário do STF (composto por 11 ministros) seja improvável que mude significativamente a condenação.
Quanto a execução da pena, ela só acontece após o chamado trânsito em julgado, ou seja, quando todos os recursos possíveis forem esgotados e a decisão se tornar definitiva.
Bolsonaro pode ainda solicitar cumprir a sentença em regime domiciliar, considerando sua idade e estado de saúde. Como foi o caso do ex-presidente Fernando Collor, que obteve autorização para prisão domiciliar dois dias após seu recolhimento ao estabelecimento prisional.
O assassinato de Charlie Kirk
No dia 10 de setembro de 2025, o ativista conservador e influenciador Charlie Kirk foi morto a tiros enquanto falava num evento ao ar livre da Turning Point USA na Utah Valley University, em Orem (Utah).
🤔 Quem era Charlie Kirk?
Kirk era um nome de destaque no movimento conservador jovem nos Estados Unidos: fundador da Turning Point USA, tornou-se conhecido por mobilizar estudantes e jovens eleitores, por críticas a políticas progressistas e por atuação intensa em comunicação política.
📌 Desenrolar da investigação
Após 33 horas de buscas conduzidas pelo FBI e pela polícia local, as autoridades de Utah prenderam Tyler Robinson, 22 anos, como suspeito de matar Charlie Kirk. O FBI havia oferecido recompensa de US$ 100 mil por informações que levassem ao autor.
O suspeito já foi indiciado por homicídio agravado (aggravated murder) e outras acusações relacionadas ao tiroteio. E caso seja provado culpado, pode chegar a sofrer pena de morte, legal no estado de Utah.
As autoridades continuam a investigação para identificar se houve motivação política explícita, transtorno pessoal do autor, vínculos com grupos ou planejamento premeditado.
O que está acontecendo no Nepal?
A revolta da Geração Z.
Na última terça-feira (09), o mundo foi tomado por notícias de atos violentos e incêndios criminosos no Nepal. Essa é a pior onda de protestos em décadas no país, e já levou a morte de 72 pessoas e mais de 2000 ficaram feridas.
🤔 Como tudo começou?
As manifestações iniciaram de forma pacífica e ganharam força a partir de queixas sobre corrupção sistêmica, alta inflação, alto desemprego e má gestão do governo do primeiro-ministro, Khadga Prasad Oli, que renunciou o seu cargo.
A situação escalou quando o governo decidiu banir 26 plataformas das redes sociais, incluindo WhatsApp, Instagram e Facebook. Justificando a proibição como forma de enfrentar notícias falsas, discurso de ódio e fraudes online.
Os protestos contra essa medida foram recebidos com disparos da polícia, que resultaram na morte de 19 manifestantes.
O que causou mais revolta e gerou uma onda de manifestações ainda maiores, com ataques às casas de políticos, ao edifício do Parlamento nacional e ao palácio presidencial.
🤔 A desigualdade social é outro pilar de revolta
Essa insatisfação não é de hoje. Gaurav Nepune, um dos líderes dos protestos, disse que os jovens vinham conduzindo uma campanha online havia três meses para expor o contraste entre a vida dos políticos e a das pessoas comuns.
Um em cada cinco nepaleses vive na pobreza. Além disso, 22% dos jovens entre 15 e 24 anos estão desempregados.
📝 Uma votação via Discord
Um dia histórico. Após a queda do premiê e do parlamento em chamas, milhares de jovens migraram para o Discord, transformando a plataforma em uma convenção digital de emergência.
Mais de 145 mil pessoas aderiram a um servidor organizado pela ONG Hami Nepal, que rapidamente se tornou o epicentro do debate nacional.
Ali ativistas da Gen Z realizaram uma votação para escolher quem deveria liderar o governo de transição.
A escolhida foi Sushila Karki, ex-chefe da Suprema Corte, que assumiu formalmente o cargo neste domingo (14), e já disse que o governo pagará uma compensação de 1 milhão de rúpias (cerca de R$38 mil) às famílias dos mortos nos tumultos e fornecerá tratamento gratuito para os feridos.
Mercados punem derrota de Milei em Buenos Aires
A derrota do partido La Libertad Avanza (LLA) do presidente Milei para a oposição peronista, fez com que o índice Merval, principal indicador da Bolsa argentina, despencasse mais de 13%, refletindo a decepção dos investidores.
📉 A reação ainda trouxe queda de 5% no peso e de 21% nas ações de empresas argentinas listadas em Wall Street.
🤔 O que aconteceu e por que isso importa?
A Força Pátria, que governa a província desde 2019, garantiu uma ampla maioria, conquistando 13 das 23 cadeiras do Senado local e 21 das 46 cadeiras da Câmara dos Deputados provincial.
Tudo isso às vésperas das eleições legislativas nacionais de outubro, consideradas cruciais para o governo.
📌 Entre os principais motivos para a derrota, pode-se destacar:
Situação econômica: embora a inflação anualizada tenha caído de mais de 200% para cerca de 36%, e o PIB esteja crescendo acima de 5% em 2025, o custo de vida aumentou, os salários reais diminuíram e o desemprego subiu, gerando insatisfação na população.
Escândalo de suposta corrupção envolvendo sua irmã.
A derrota expôs a extrema vulnerabilidade da economia argentina a mudanças políticas, pressionando ainda mais o governo em um momento delicado.
Esse resultado sinaliza que Milei enfrentará dificuldades para conquistar a maioria no Congresso argentino nas eleições nacionais de meio de mandato, em 26 de outubro. Sem maioria, a aprovação de reformas e leis será ainda mais desafiadora.
Preujuízo bilionário nos Correios
A situação financeira dos Correios não está legal…
Os Correios fecharam o 1º semestre com um rombo de R$ 4,3 bilhões, valor 3x maior do que em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, desde o início da atual gestão, entre janeiro de 2023 e julho de 2025, os Correios já acumulam R$ 7,5 bilhões de prejuízo, o pior período da história da estatal.
📊 O que explica esse resultado?
📌 Queda de receita:
A famosa "Taxa das blusinhas", causou uma queda de 62% nas encomendas vindas do exterior. A receita com gigantes como Shopee e Shein despencou de R$ 2,1 bilhões (2024) para R$ 815 milhões no primeiro semestre de 2025.
Concorrência privada: a entrada de transportadoras privadas e aplicativos de entrega, reduziu a participação dos Correios, que agora detêm apenas cerca de 35% do mercado.
Declínio das cartas: o serviço de entrega de cartas se tornou deficitário com o avanço da comunicação digital.
📌 Aumento das despesas:
Custos administrativos: gastos com despesas administrativas dispararam de R$ 1,2bilhão para R$ 3,4 bilhões em apenas um ano.
Despesas financeiras: custos financeiros da empresa explodiram, passando de R$ 3 milhões para R$ 673 milhões.
🤔 Como eles esperam dar a volta por cima?
Em resposta à crise, os Correios lançaram um plano de recuperação contendo um corte de custos, ampliação de serviços ofertados para diversificar as fontes de receita. Bem como, um Plano de Demissão Voluntária (PDV), visando economizar R$ 1,5 bilhão.
Mais rico que Elon Musk, pelo menos por algumas horas
Larry Ellison, cofundador da Oracle, viveu um dos maiores “saltos de fortuna” já registrados na história.
Em poucas horas, seu patrimônio líquido cresceu quase US$ 90 bi, chegando a US$ 383 bilhões, fazendo com que ele ultrapassasse Elon Musk e se tornasse o homem mais rico do mundo.
Mas, isso não durou mais que algumas horas. No fim do dia, Musk já havia retornado ao topo, com US$ 384 bilhões.
🤔 O que aconteceu?
O movimento foi impulsionado por uma disparada histórica nas ações da Oracle, que chegaram a subir mais de 40% no início do pregão em NY.
Por conta, de projeções agressivas de crescimento da companhia em serviços de nuvem ligados à AI, setor que tem atraído investimentos no mundo todo desde o lançamento do ChatGPT, em 2022.